Resumo
Com a abolição da escravatura e a criação de um mercado de trabalho supostamente livre, se iniciou o difícil processo de negociação entre libertos e seus ex-senhores. Frente a determinação dos proprietários em manter o domínio sobre seus trabalhadores, crenças de uma suposta inferioridade irremediável da população não branca foram amplamente reforçadas, ao mesmo tempo que foi subsidiado enorme fluxo de imigração europeia para São Paulo, atribuindo a modernização à imagem dos imigrantes e relegando a população negra à marginalização. A interpretação sobre esse processo, porém, não é homogênea, principalmente no que diz respeito a caracterização do ``meio negro'' e a melhor capacitação dos imigrantes. Nesse sentido, o presente trabalho busca apresentar o debate entre Clóvis Moura, Florestan Fernandes e George Reid Andrews acerca desse tema, com o objetivo de construir uma análise crítica sobre esse período crucial para a formação do mercado de trabalho assalariado de São Paulo.