História e Economia

Nota do editor

John Schulz — Qua, 21 Fev 2024 13:15:35 +0000

A VIDA FINANCEIRA EM PERSPECTIVA COMPARADA

Mayan Braga — Qua, 21 Fev 2024 13:19:21 +0000

O presente artigo fornecerá um panorama sobre as relações financeiras que se desenvolviam na Roma Antiga, entre os séculos I a.C. e II d.C., tomando como interesse principal o estabelecimento das redes de amizade no Mediterrâneo. Para isso, faremos uma análise comparada de casos descritos em algumas das Cartas de Cícero e de Plínio, o Jovem, lançando mão de importantes estudos na área da Economia Antiga, da Sociologia e da Antropologia de forma a entender como as relações de amizade demandavam padrões morais para a assinatura de acordos financeiros e resoluções de conflitos derivados destes. O método utilizado para a abordagem comparativa foi o Método Comparativo Experimental, de Marcel Detienne, o qual busca a assimilação das singularidades de cada um dos processos históricos delimitados na pesquisa, mediante o cruzamento, em especial, das diferenças relacionadas aos contextos das instituições sociais analisadas.

PRIVILÉGIOS E NEGOCIAÇÕES

Fernanda Pereira dos Santos — Qua, 21 Fev 2024 13:21:05 +0000

O presente artigo tem como objetivo examinar a importância do privilégio da impenhorabilidade das fábricas da lavoura açucareira na regulação das práticas creditícias. Para isso, realizou-se um escrutínio da lei de 30 de agosto de 1833, juntamente com os dispositivos legais anteriores, como o alvará de 06 de julho de 1807 e o alvará de 21 de janeiro de 1809. A análise do corpus legislativo foi contextualizada em relação aos conflitos e tensionamentos sociais dos agentes envolvidos, bem como às transformações econômicas e políticas ocorridas no Brasil durante a primeira metade do século XIX. Ao final, por meio da interligação das práticas creditícias com a cultura política e as mudanças nos direitos de propriedade, busca-se evidenciar as significativas modificações nos acordos creditícios estabelecidos entre senhores de engenho e negociantes.

INVENTARIANDO CATIVOS

Déborah Martins dos Reis — Qua, 21 Fev 2024 13:20:21 +0000

Em nosso trabalho dedicamo-nos à análise da escravidão na localidade mineira de Araxá, no período de 1816 a 1888, temporalidade que abrange um conjunto de transformações. Especificamente, o texto apresenta elementos demográficos da população escrava e alguns elementos referentes à reprodução natural escrava e ao tráfico de cativos. Os níveis e a composição da riqueza que refletem o evolver da posse de escravos são considerados, assim como são apresentadas análises sobre os determinantes e as flutuações dos preços dos cativos. Apoiamo-nos fundamentalmente em um conjunto inventários post-mortem, que contribuíram para o estudo da localidade em tela em período no qual a economia da região era diversificada e amplamente voltada para mercados internos.

A INDÚSTRIA PESADA NA ECONOMIA ESCRAVISTA DO OITOCENTOS

Matheus Coelho — Qua, 21 Fev 2024 13:16:59 +0000

Este artigo tem como foco analisar a nascente indústria de Bens de Capital e Bens de Produção no Brasil do Século XIX. Esta Indústria Pesada era formada por estabelecimentos Siderúrgicos e Metalúrgicos que produziam máquinas e equipamentos para atender diversos negócios da escravidão, como a navegação e as lavouras de Açúcar, e também, fornecer
máquinas para outras fábricas, particularmente máquinas a vapor. Esses elementos modernos foram conjugados não apenas com o emprego de africanos escravizados nessas fábricas, mas no amálgama com a economia escravista. Ao mapearmos esse setor da Indústria Pesada é possível identificar a existência de mais empreendimentos do que os que foram analisados até aqui pela historiografia e observar a relação desses com o Estado através dos pedidos de provisão do Tribunal da Junta de Comércio.

TECNOLOGIAS NA PRODUÇÃO E BENEFICIAMENTO DO CACAU DO SUL DA BAHIA ENTRE 1920 E 2020

Gesil Amarante Segundo, Luciane Aparecida Goulart, Soraia Vanessa Matarazzo — Qua, 21 Fev 2024 13:21:46 +0000

Este trabalho trata da evolução das técnicas e tecnologias empregadas na produção e beneficiamento de cacau na região sul da Bahia entre 1920 e 2020, por meio de fontes históricas e bases de cultivares e patentes. Foram realizadas buscas no Cadastro Nacional de Cultivares Registradas e nos bancos da UPOV. Para patentes relacionadas ao tema cacau, empregou-se ferramenta web Questel Orbit Intelligence, que concentra informação patentária de diversos países. Os métodos de produção, colheita e beneficiamento das amêndoas têm permanecido surpreendentemente inalterados ao longo de várias décadas, com poucas iniciativas de mecanização, melhorias incrementais no desenho de ferramentas e emprego pontual de novas tecnologias de secagem e fermentação. O quadro de patentes identificadas com cacau é dominado por empresas multinacionais, especialmente a Nestlé e tende a se situar cada vez mais em etapas pouco relacionadas com atividades frequentes nos países produtores.

A LEI KANDIR E O PENSAMENTO CLÁSSICO TEÓRICO ECONÔMICO

Yuri Neukirchen — Qua, 21 Fev 2024 13:17:48 +0000

A presente pesquisa analisa os fundamentos e objetivos enunciados na instituição do incentivo à produção primário-exportadora no Brasil após a redemocratização, por meio da Lei Complementar nº 87 (Lei Kandir), de 1996, norma responsável pela desoneração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para produtos do setor-primário e semielaborados quando exportados. A análise foi realizada a partir das atas de votação dessa lei na Câmara de Deputados e Senado Federal, além da ata inicial de apresentação e justificativa do Projeto de Lei Complementar nº 95, de 1996. Pretende-se comparar o funcionamento dos mecanismos planejados na lei e argumentados nesses documentos com a literatura clássica econômica de Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill, literatura elaborada sobre a análise das Corn Laws, regulamentações subsidiárias dotadas de semelhanças com o objeto de estudo deste trabalho e presentes na contemporaneidade desses autores.