Resumo
A utilização das cadernetas como forma de controle da contabilidade dos colonos nas fazendas foi regularizada pela Lei 1.299, de 27 de dezembro de 1911, a conhecida Lei do Patronato Agrícola, que tinha como orientação a defesa dos interesses dos trabalhadores, orientação tomada em função das pressões internacionais exercidas por outros países (notadamente Itália e Espanha) que reclamavam melhores condições de vida aos trabalhadores imigrantes. Após os registros dos débitos e créditos dos colonos as cadernetas eram registradas em Cartório, sendo as anotações lá contidas transformadas em documento público reconhecido pelo Tabelião. A partir de pesquisa realizada no Centro de Memória da UNICAMP (CMU), objetivamos discutir as condições de trabalho e as formas de remuneração dos colonos que trabalharam na fazenda Pau d’Alho, em Campinas, entre 1927 e 1931, destacando os arranjos efetivados por ocasião da grande crise mundial, promovendo assim o debate com a bibliografia sobre o tema.