Resumo
Este trabalho tem como meta resgatar alguns aspectos relacionados à gestão da estrutura macroeconômica brasileira, notoriamente no que diz respeito às políticas monetária e cambial, no chamado Segundo Império (1840-1889), principalmente no período compreendido entre os anos de 1846 e 1858. Neste momento, verifica-se uma aparente hegemonia dos quadros filiados ao Partido Conservador, capazes de liderar um movimento de aproximação com membros mais moderados do Partido Liberal, denominado Movimento da Conciliação, como forma de engendrar a formação de governos de coalizão, reduzir o espaço de opinião de dissidências político-partidárias, e garantir a aprovação de projetos favoráveis ao progresso nacional. A política econômica deste período, portanto, desenvolveu-se em sua maior parte sob a égide dos conservadores, cujo foco incidia constantemente sobre o equilíbrio orçamentário e pela manutenção da valorização da taxa de câmbio, como forma de evitar o recurso da emissão de moeda para sanear os gastos públicos.
Busca-se, nesta linha, entender este modelo de natureza conservadora de gestão da coisa pública, a partir da inserção de natureza periférica ao modelo de paridade cambial corporificado no padrão ouro-libra, então vigente, elucidando também a vulnerabilidade do sistema monetário brasileiro no século XIX.
