Resumo
Este artigo analisa as práticas de poupança entre as classes menos abastadas durante o século XIX. Homens e mulheres pobres, livres, menores ou escravos poderiam realizar depósitos nas caixas econômicas de iniciativa privada da década de 1830. Esta análise centra-se nas práticas de poupança na Caixa Econômica de Campos entre 1878 e 1887, através dos anúncios de perdas de caderneta. São trabalhadas a historiografia das caixas econômicas privadas, assim como a presença de bancos e da escravidão em Campos dos Goytacazes. Os ideais por trás da criação da Caixa Econômica de Campos são analisados, junto com os seus estatutos. Ao constatar evidências de mulheres, menores e escravos poupadores desta instituição, este trabalho enfatiza tanto a relação entre a escravidão e instituições financeiras, sob a ótica das práticas de poupança bancária por escravos no Império do Brasil, quanto a maior presença das mulheres com poupança do que os homens.