Resumo
O presente artigo tem como objectivo analisar a evolução do património edificado da Fábrica Robinson, em particular do edifício onde se produzia o aglomerado negro, um dos produtos mais emblemáticos desta empresa. Falamos do mais imponente e importante edifício da Fábrica Robinson, onde é possível encontrar as famosas chaminés, que marcam profundamente a paisagem portalegrense. Trata-se de um edifício que sofreu inúmeras alterações ao longo dos mais de 160 anos de funcionamento desta unidade corticeira. Numa primeira fase realizavam-se aqui as tarefas relacionadas com a produção de rolhas, até que na década de 1940 se começou a fabricar aqui o aglomerado negro. Em arquitectura industrial nada é deixado ao acaso, todos os espaços têm uma função e objectivo específicos, pelo que importa perceber a forma como a organização espacial influenciava a cadeia técnica. Numa análise como aquela que aqui se pretende efectuar, também não podemos descurar o produto em si, ou seja, o aglomerado negro, para que consigamos perceber a forma como a sua produção estava articulada com o edifício em questão.