Negócios, família e riqueza entre os Barões do charque (Pelotas-RS, c. 1850 - c. 1900)

Resumo

O artigo tem como objetivo principal estudar os investimentos econômicos das mais ricas famílias dos proprietários das charqueadas de Pelotas, no Rio Grande do Sul, entre 1850 e 1900. O charque (carne-seca) constituiu-se em alimento fundamental na dieta dos escravos das plantations açucareiras e cafeeiras e das populações pobres das cidades litorâneas do Brasil. Portanto, trata-se da análise de um grupo de empresários escravistas cuja produção era destinada principalmente ao abastecimento do mercado interno. Os proprietários das charqueadas, que também tinham nos couros, nos sebos e nas graxas importantes gêneros de exportação, foram os empresários mais ricos do extremo sul do Brasil. O artigo também estuda a atuação dos charqueadores no comércio marítimo de longo curso e o perfil dos seus patrimônios dos mais ricos. Tanto na primeira metade do oitocentos, quanto na segunda metade do mesmo, um grupo de famílias tendeu a reunir os principais recursos materiais e imateriais naquele contexto socioeconômico, vindo a aumentar o seu prestígio e compor parte da elite provincial.

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