Resumo
Este artigo apresenta uma reflexão histórica sobre o negócio escravista no reino do Congo do século XVIII, através da leitura e crítica documental das fontes missionárias, utilizando também levantamentos quantitativos disponíveis. Pretende-se compreender os complexos jogos de forças internos e externos das disputas pela compra de africanos escravizados nos portos do litoral conguês.
Frente ao contexto anterior de inimizades entre Congo e Portugal e a hegemonia econômica holandesa, inglesa e francesa, lançaremos olhar ao projeto luso que objetivou reestabelecer parcerias com o Mani Congo através do incentivo ao envio de missionários católicos argumentando pela existência de intrínseca relação entre projeto econômico e religioso. Observaremos as respostas conguesas para a manutenção de sua autonomia diante de tais intentos.